terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Aula: Tipos e Gêneros Textuais


Universidade Federal do Rio de Janeiro
Centro de Filosofia e Ciências Humanas
Faculdade de Educação
Curso de Pedagogia
Disciplina Didática da Língua Portuguesa – EDD361
Professor Doutor Marcelo Macedo Corrêa e Castro
Aula: Tipos e gêneros textuais - 2015/2 – Noturno

MARCUSCHI (2008)
Tipos textuais > Sequências linguísticas e modos de composição que constituem um conjunto razoavelmente finito, destacando-se, no caso, os tipos argumentativo, descritivo, expositivo, injuntivo e narrativo.
Gêneros textuais > Os textos em sua materialização em situações comunicativas, o que constitui um universo aberto.
Domínio discursivo > Esferas da atividade humana”, institucionalmente marcadas e das quais se originam gêneros textuais.
Domínio instrucional (científico, acadêmico e educacional) > Artigos científicos; verbetes de enciclopédias; relatórios científicos; notas de aula; notas de rodapé; diários de campo; teses; dissertações; monografias; glossário; artigos de divulgação científica; tabelas; mapas; gráficos; resumos de artigos de livros; resumos de livros; resumos de conferências; resenhas; comentários; biografias; projetos; solicitação de bolsa; cronograma de trabalho; organograma de atividade; monografia de curso; monografia de disciplina; definição; autobiografias; manuais de ensino; bibliografia; ficha catalográfica; memorial; curriculum vitae; parecer técnico; verbete; parecer sobre tese; parecer sobre artigo; parecer sobe projeto; carta de apresentação; carta de recomendação; ata de reunião; sumário; índice remissivo; diploma; índice onomástico; dicionário; prova de língua; prova de vestibular; prova de múltipla escolha; certificado de especialização; certificado de proficiência; atestado de participação; epígrafe (p.194).


ELIAS e KOCH (2011)

Sequências
1.Argumentativa: apresenta “uma ordenação ideológica de argumentos e/ou contra-argumentos” (p.72).
2.Descritiva: “caracteriza-se pela apresentação de propriedades, qualidades, elementos componentes de uma entidade, sua situação no espaço, etc.” (p.65).
3.Expositiva: contém “a análise ou síntese de representações conceituais numa ordenação lógica” (p.67).
4.Injuntiva: apresenta “prescrições de comportamentos ou ações sequencialmente ordenadas, tendo como principais marcas os verbos no imperativo, infinitivo ou futuro do presente e articuladores adequados ao encadeamento sequencial das ações prescritas” (p.68).
5.Narrativa: apresenta “uma sucessão temporal/causal de eventos, ou seja, há sempre um antes e um depois, uma situação inicial e uma situação final, entre as quais ocorre algum tipo de modificação de um estado de coisas” (p.63).


PCN de Ensino Fundamental
Gêneros discursivos para adequados para o trabalho com a linguagem oral > contos (de fadas, de assombração, etc.), mitos e lendas populares; poemas, canções, quadrinhas, parlendas, adivinhas, trava-línguas, piadas; saudações, instruções, relatos; entrevistas, notícias, anúncios (via rádio e televisão); seminários, palestras.
Gêneros adequados para o trabalho com a linguagem escrita > receitas, instruções de uso, listas;  textos impressos em embalagens, rótulos, calendários; cartas, bilhetes, postais, cartões (de aniversário, de Natal, etc.), convites, diários (pessoais, da classe, de viagem, etc.); quadrinhos, textos de jornais, revistas e suplementos infantis: títulos, slides, notícias, classificados, etc.; anúncios, slogans, cartazes, folhetos; parlendas, canções, poemas, quadrinhas, adivinhas, trava-línguas, piadas; contos (de fadas, de assombração, etc.), mitos e lendas populares, folhetos de cordel, fábulas; textos teatrais;

Aula: Coeência e coesão


Universidade Federal do Rio de Janeiro
Centro de Filosofia e Ciências Humanas
Faculdade de Educação - Curso de Pedagogia
Disciplina Didática da Língua Portuguesa – EDD361 - Professor Doutor Marcelo Macedo Corrêa e Castro
Aula: Coerência e Coesão 
                                           
1.        O mar (Marcelo M. C. e  Castro)
O mar tem sido umas das maiores fontes de inspiração para os poetas. O mar oferece muitos desafios aos navegantes. Cientistas da UFRJ identificaram a presença de uma superbactéria no mar de Ipanema, no Rio de Janeiro. Os atletas de iatismo que vêm competir nos Jogos Olímpicos de 2016 estão receosos quanto à poluição do mar na Baía de Guanabara. Até hoje me lembro do que senti na primeira vez em que mergulhei na água do mar. Como diria Dorival Caymi, “é doce morrer no mar”. Minha amiga adora aquela composição do Lulu Santos: “Descobridor dos sete mares”.
2.        Onipresença (Armando Nogueira)
(...) Bela Gutman chamou o goleiro: “Você fica de olho nas bolas pingadas na pequena área; cuidado com o Pelé que é perigoso nas cabeçadas. Com os outros, não precisa se preocupar; bloqueie sempre os saltos de Pelé.
Chamou, por fim, os dois apoiadores e pediu que ajudassem os quatro zagueiros na missão um tanto incômoda, reconhecia, de marcar Pelé. Incômoda, mas não impossível. Afinal de contas, Pelé não tem nada de super-homem. Basta marcá-lo com cuidado, com rigor, mobilizando as melhores energias do time que ele ficará imobilizado.
Tudo perfeito, tudo assentado, o Exército Argentino conjugado ao Exército Uruguaio, com a cobertura da Marinha e da Aviação. Jogo lançado, Pelé marcado, Pelé marcadíssimo, Pelé ultramarcado, Pelé cercado, Pelé agarrado, Pelé derrubado, Pelé sufocado.
Bola na área, gol de Pelé.
3.        Uma lista (Marcuschi, p.107)
Uma bomba destrói o altar onde o Papa ia rezar uma missa. A Argentina teme um novo golpe. O PTB recebe convite para integrar o Governo a nível de Ministério. O BNH dá toda atenção aos mutuários oferecendo-lhes alternativas. Santos e Flamengo resolvem a primeira etapa. Brizola tem a preferência do povo em eleições diretas. Essas foram algumas das notícias que li no jornal de hoje. (Fonte: Diário de Pernambuco, 22/10/1983).
4.        Outra lista (Marcuschi, p.107)
João vai à padaria. A padaria é feita de tijolos. Os tijolos são caríssimos. Também os mísseis são caríssimos. Os mísseis são lançados no espeço. Segundo a Teoria da Relatividade, o espaço é curvo. A geometria rimaniana dá conta desse fenômeno.
5.        Proversos (Sílvio Brito)

Quem semeia vento seus males espanta
Quem canta colhe tempestades
Quem tudo quer sempre alcança
Quem só espera tudo perde
Mais vale um pássaro na mão
do que quem cedo madruga
Deus ajuda a dois voando
A esperança tanto bate,
bate, bate até que fura
Água mole em pedra dura
é a última que morre, que morre!!!
Mas que trapalhada
na minha cabeça
Tudo pelo avesso eu vi
Mesmo estando errado
ficam bem mais certos
os ditados que aprendi (Refrão)

De grão em grão a galinha ri melhor
Quem ri por último enche o papo
Em casa de ferreiro não se faz um monge
O hábito é um espeto de pau
Deus dá asas pra quem tem pernas curtas
A mentira não sabe voar
Diz-me com quem tu andas
que eu te direi se vais ao longe
devagar, devagar quem és
Mas que trapalhada... (refrão repete)

Eu não estou entendendo nada, nada
E saber de tudo é o que me dói
Eu não queria saber de nada, nada
mas entender por que é que é dói


6.       Ser Onça (Gustavo, 8 anos)
Eu moraria na selva, com outros animais. Eu siria carnívora que só comeria carne. Siria uma onça, mas não pintada, de dentes e garras afiadas e muito veloz. Eu pensaria assim: ser onça e muito bom, mas a única coisa que eu teria medo e di leão. Isso eu morreria de medo.
7.       Meu jardim (Gustavo, 8 anos)
Meu jardim é assim: Um campo iluminado sem fim. No meu jardim á rosas e flores e margaridas com belos odores, barboletas no ar voando  e no chão gatos caçando ratos. Sem homem para caçar porque não á armas para atirar. Coisas para vender e velhos amigos para rever. Querendo saber das laranjas dos laranjais do viver

8.        Referências Bibliográficas
MARCUCHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. SP, Parábola, 2008.
NOGUEIRA, Armando. Na grande área. RJ, Bloch, 1966.