quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Aula: Marcos regulatórios do Ensino de Língua Portuguesa



Universidade Federal do Rio de Janeiro
Centro de Filosofia e Ciências Humanas
Faculdade de Educação
Curso de Pedagogia
Disciplina Didática da Língua Portuguesa – EDD361
Professor Doutor Marcelo Macedo Corrêa e Castro
Aula: Marcos regulatórios do Ensino de Língua Portuguesa[1]
1.De 1960 a 2000: 40 anos de tentativas de regulamentação[2]

1.Lei Federal no 4.024, de 20/12/1961, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional;

2. Lei Federal no 5.692, de 11 de agosto de 1971, que fixa as Diretrizes e Bases para o ensino de 1º e 2º Graus;

3. Resolução no 08, de 1º de dezembro de 1971, do Conselho Federal de Educação, que fixa o núcleo comum de caráter obrigatório para os currículos de 1º e 2º Graus;

4. Portaria Ministerial (MEC) no 18, de 09 de janeiro de 1976, que institui um grupo de trabalho para o aperfeiçoamento do ensino de Língua Portuguesa, e o Relatório Conclusivo, apresentado pelo presidente da Comissão, Celso Cunha, em 29 de março do mesmo ano;

5. Decreto do Presidente da República no 91.372, de 26 de junho de 1985, que cria a “Comissão Nacional para o Estabelecimento de Diretrizes que Promovam o Aperfeiçoamento do Ensino-aprendizagem da Língua
Portuguesa” e o Relatório Conclusivo dos trabalhos, apresentado pelo presidente da Comissão, Abgar Renault, em 20 de dezembro do mesmo ano;

6. Lei Federal no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional;

7. Parâmetros Curriculares Nacionais: ensino da língua portuguesa para 1ª à 4ª série, texto publicado pela secretaria de Educação Fundamental do MEC em 1998;

8. Parâmetros Curriculares Nacionais: ensino da língua portuguesa para 5ª à 8ª série, da mesma fonte;

9. Resolução no 02, de 07 de abril de 1998, da Câmara de Educação Básica/MEC, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental;

10. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (DCNEM) – Bases legais e Resolução no 03, de 26 de junho de 1998, da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação;

11. Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio: linguagens, códigos e suas tecnologias, texto publicado pela Secretaria de Educação Básica do MEC em 2000;



2. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (1ª a 4 a série)- Língua Portuguesa[3]

Caracterização da área de Língua Portuguesa
Introdução
Linguagem e participação social
Linguagem, atividade discursiva e textualidade
Aprender e ensinar Língua Portuguesa na escola i
Diversidade de textos
Que fala cabe à escola ensinar
Que escrita cabe à escola ensinar
Alfabetização e ensino da língua
O texto como unidade de ensino
A especificidade do texto literário
A prática de reflexão sobre a língua (1ª Parte, p. 7-31)


Primeiro Trabalho para avaliação (Entrega no dia 9 de outubro de 2013)

1.Identifique no Texto dos Parâmetros Curriculares Nacionais (1ª a 4 a série) - Língua Portuguesa[4] - especificamente nos itens Objetivos gerais de Língua Portuguesa para o ensino fundamental, Os conteúdos de Língua Portuguesa no ensino fundamental (Caracterização geral e eixos organizadores e Sequência e organização dos conteúdos) – elementos que permitam relacionar a proposta de ensino a uma ou mais das concepções da língua e do seu ensino apresentadas por Soares (1998)[5].

2.A partir da sua experiência como estudante e/ou professor de ensino fundamental, apresente seu ponto de vista acerca das seguintes questões relativas ao documento em estudo:

2.1 A proposta do documento está de acordo com uma concepção de ensino da língua adequada aos objetivos da formação básica dos cidadãos?
2.2. Essa proposta vem sendo desenvolvida com sucesso nas escolas brasileiras?
2.3 Que barreiras existem para que a prática do ensino de Língua Portuguesa alcance mais amplamente os seus objetivos?

Orientações:
. Faça seu trabalho por escrito, individualmente, adotando os seguintes padrões de formatação: página A4, margem esquerda de 3cm e as demais de 2cm,; fonte Times New Roman (12); parágrafos justificados e com deslocamento de 1,25cm na primeira linha; título do trabalho centralizado (em negrito) ; títulos das sessões alinhados à esquerda (em negrito); citações acima de três  linhas separadas em parágrafo com recuo de 4cm à esquerda; folha de rosto com os elementos de identificação da instituição, do curso, da disciplina, do professor, do aluno (nome e número de inscrição na DRE), período letivo e data. O texto deve ter pelo menos 500 palavras e, no máximo, 2.500. Caso opte por apresentar seu trabalho em manuscrito, adote os parâmetros cabíveis, de forma a aproximá-lo o máximo possível da formatação recomendada.

. A primeira questão (1) tem por objetivo verificar se os conceitos trabalhados e as leituras feitas nas primeiras cinco aulas foram apreendidos. Trata-se de uma questão mais objetiva e fortemente referenciada em documentos e textos. A questão vale três pontos.

. A segunda questão, subdividida em três perguntas, pretende provocar uma reflexão por parte dos estudantes, de modo a verificar de que forma os conceitos e as leituras foram apropriados em articulação com a experiência concreta de aprender/ensinar Língua Portuguesa. Cada subitem vale dois pontos.

. Será atribuído um valor de zero a um ponto ao atendimento às características básicas do gênero textual em questão. Neste sentido, procure ficar atento para os limites gerais que um texto acadêmico deve respeitar, os aspectos básicos de coerência e de coesão, o uso da norma padrão escrita e o grau de formalidade do texto.


[1] Disponível em <http://www.forpelp.blogspot.com.br>
[2] Fonte: Bisinoto, Leila Salomão Jacob. Migrações internas, norma e ensino da língua portuguesa  Tese de Doutorado. Campinas, SP : [s.n.], 2007.
[3] Brasil. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: língua portuguesa /
Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília, 1997 : 144p.
[4] Idem.
[5] SOARES, Magda. Concepções de Linguagem e o ensino de Língua Portuguesa. IN:
BASTOS, Neusa B. (Org.). Língua Portuguesa: história, perspectivas e ensino. São Paulo, EDUC, 1998.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Aula: Concepções de ensino de Língua Portuguesa





Universidade Federal do Rio de Janeiro
Centro de Filosofia e Ciências Humanas
Faculdade de Educação
Curso de Pedagogia
Disciplina Didática da Língua Portuguesa – EDD361
Professor Doutor Marcelo Macedo Corrêa e Castro
Aula: Concepções de ensino de Língua Portuguesa
Texto 1:  SOARES, Magda. Concepções de Linguagem e o ensino de Língua Portuguesa. IN:
BASTOS, Neusa B. (Org.). Língua Portuguesa: história, perspectivas e ensino. São Paulo, EDUC, 1998.

1.Perspectiva    da própria ciência
                               Psicológica
                               Política
                               Social
                               Cultural
                               Histórica
                               Sociopolítica
2.Até os anos 1950 - Ensino restrito às elites.  Reconhecimento das normas e regras. Contato com textos literários. Antologias e gramáticas escolares. Língua como sistema.
3.Anos 1960/70 – Democratização da escola pública: aumento da oferta de vagas e ingresso nas escolas de estudantes de camadas diversas, especialmente as populares. Planos de desenvolvimento da ditadura civil-militar. Lei 5692/71. Língua como instrumento de comunicação. Teoria da Comunicação. Área de Comunicação e Expressão.
4.Anos 1980 em diante – Redemocratização do país. Linguística, Sociolinguística, Psicolinguística, Linguística Textual, Pragmática, Análise do discurso. Língua como enunciação, discurso. Alfabetização e letramento. Construtivismo. Psicogênese da escrita. Tendência sociointeracionista.

Texto 2: BAGNO, Marcos. Esplendor da língua, miséria da gramática. Revista Práticas de Linguagem. v. 2, n. 2, jul./ dez. 2012. Juiz de Fora. Universidade Federal de Juiz de Fora/Faculdade de Educação, 2012. Disponível em <www.ufjf.br/praticasdelinguagem>

1. A limitação do foco de análise à frase/oração

2. A drástica restrição do conceito de “língua” exclusivamente à escrita e, mais restritamente, à escrita literária e

3. A metodologia arcaica de análise de uma língua viva como se fosse uma língua morta,

4. O explícito compromisso ideológico com as camadas dominantes da sociedade

5. A construção desse modelo artificial de língua “certa”

6. A atitude eminentemente prescritiva

7. O emprego de um instrumental de análise que já vem pronto e acabado



Texto 3: Seguramente, esta será a última oportunidade em que poderei dirigir-me a vocês. A Força Aérea bombardeou as antenas da Rádio Magallanes. Minhas palavras não têm amargura, mas decepção. Que sejam elas um castigo moral para quem traiu seu juramento: soldados do Chile, comandantes-em-chefe titulares, o almirante Merino, que se autodesignou comandante da Armada, e o senhor Mendoza, general rastejante que ainda ontem manifestara sua fidelidade e lealdade ao Governo, e que também se autodenominou diretor geral dos carabineros. Diante destes fatos só me cabe dizer aos trabalhadores:
Não vou renunciar!
Colocado numa encruzilhada histórica, pagarei com minha vida a lealdade ao povo. E lhes digo que tenho a certeza de que a semente que entregamos à consciência digna de milhares e milhares de chilenos, não poderá ser ceifada definitivamente. [Eles] têm a força, poderão nos avassalar, mas não se detém os processos sociais nem com o crime nem com a força. A história é nossa e a fazem os povos. Trabalhadores de minha Pátria: quero agradecer-lhes a lealdade que sempre tiveram, a confiança que depositaram em um homem que foi apenas intérprete de grandes anseios de justiça, que empenhou sua palavra em que respeitaria a Constituição e a lei, e assim o fez.
Neste momento definitivo, o último em que eu poderei dirigir-me a vocês, quero que aproveitem a lição: o capital estrangeiro, o imperialismo, unidos à reação criaram o clima para que as Forças Armadas rompessem sua tradição, que lhes ensinara o general Schneider e reafirmara o comandante Araya, vítimas do mesmo setor social que hoje estará esperando com as mãos livres, reconquistar o poder para seguir defendendo seus lucros e seus privilégios.
Dirijo-me a vocês, sobretudo à mulher simples de nossa terra, à camponesa que nos acreditou, à mãe que soube de nossa preocupação com as crianças.
Dirijo-me aos profissionais da Pátria, aos profissionais patriotas que continuaram trabalhando contra a sedição auspiciada pelas associações profissionais, associações classistas que também defenderam os lucros de uma sociedade capitalista.
Dirijo-me à juventude, àqueles que cantaram e deram sua alegria e seu espírito de luta.
Dirijo-me ao homem do Chile, ao operário, ao camponês, ao intelectual, àqueles que serão perseguidos, porque em nosso país o fascismo está há tempos presente; nos atentados terroristas, explodindo as pontes, cortando as vias férreas, destruindo os oleodutos e os gasodutos, frente ao silêncio daqueles que tinham a obrigação de agir. Estavam comprometidos. A historia os julgará.
Seguramente a Rádio Magallanes será calada e o metal tranqüilo de minha voz não chegará mais a vocês. Não importa. Vocês continuarão a ouvi-la. Sempre estarei junto a vocês. Pelo menos minha lembrança será a de um homem digno que foi leal à Pátria. O povo deve defender-se, mas não se sacrificar. O povo não deve se deixar arrasar nem tranqüilizar, mas tampouco pode humilhar-se. Trabalhadores de minha Pátria, tenho fé no Chile e seu destino.
Superarão outros homens este momento cinzento e amargo em que a traição pretende impor-se.
Saibam que, antes do que se pensa, de novo se abrirão as grandes alamedas por onde passará o homem livre, para construir uma sociedade melhor.
Viva o Chile!
Viva o povo!
Viva os trabalhadores!
Estas são minhas últimas palavras e tenho a certeza de que meu sacrifício não será em vão. Tenho a certeza de que, pelo menos, será uma lição moral que castigará a perfídia, a covardia e a traição. (Salvador Allende, 11 de setembro de 1973)

Texto 4: “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia. Pelo que não temeremos, mesmo que a terra seja retirada debaixo de nossos pés, que as montanhas sejam levadas até o oceano", (Salmo 46 da Bíblia). "Deus está conosco. Sabemos que houve guerras, que há guerras, e sabemos que ainda assim Deus será sempre exaltado entre as nações."
Elas [as novas gerações]vão se lembrar que nós superamos a escravidão, a guerra civil, o fascismo, a recessão, os motins, o comunismo e, sim, o terrorismo.
Estes últimos 10 anos têm mostrado que os Estados Unidos não cederam ao medo. Nossos estádios estão cheios de espectadores e nossos parques repletos de crianças que jogam bola. Esta terra mantém o otimismo daqueles que foram enviados a lugares distantes e com os valores daqueles que morreram pela liberdade humana. (Barak Obama, 11 de setembro de 2011)

Próxima aula (18/9): BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: língua portuguesa Secretaria de Educação Fundamental., Brasília, 1997.144p.
Ler até o final do item Aprender e ensinar Língua Portuguesa na escola.